Ciranda Pernambucana
CIRANDA
PERNAMBUCANA
A ciranda é uma dança típica das praias que começou a aparecer no litoral norte de Pernambuco. Uma das cirandeiras mais conhecidas é a Lia de Itamaracá. Surgiu também, simultaneamente, em áreas do interior da Zona da Mata Norte do Estado. É muito comum no Brasil definir ciranda como uma brincadeira de roda infantil, porém na região Nordeste e, principalmente, em Pernambuco ela é conhecida como uma dança de rodas de adultos. Os participantes podem ser de várias faixas etárias, não havendo impedimentos para a participação de crianças também. Há várias interpretações para a origem da palavra ciranda, mas segundo o Padre Jaime Diniz, um dos pioneiros a estudarem o assunto, vem do vocábulo espanhol zaranda, que significa instrumento de peneirar farinha e que seria uma evolução da palavra árabe çarand. A ciranda, assim como o coco em Pernambuco, era mais dançada nas pontas-de-rua e nos terreiros de casas de trabalhadores rurais, partindo depois para praças, avenidas, ruas, residências, clubes sociais, bares, restaurantes. Em alguns desses lugares passou a ser um produto de consumo para turistas. É uma dança comunitária que não tem preconceito quanto ao sexo, cor, idade, condição social ou econômica dos participantes, assim como não há limite para o número de pessoas que dela podem participar. Começa com uma roda pequena que vai aumentando, a medida que as pessoas chegam para dançar, abrindo o círculo e segurando nas mãos dos que já estão dançando. Os participantes são denominados de cirandeiros e cirandeiras, havendo também o mestre, o contra-mestre e os músicos, que ficam no centro da roda. Voltados para o centro da roda, os dançadores dão-se as mãos e balançam o corpo à medida que fazem o movimento de translação em sentido anti-horário. Lia de Itamaracá Patrimônio vivo de Pernambuco Estava Na beira da praia Ouvindo as pancadas Das águas do mar Esta ciranda Quem me deu foi Lia Que mora na ilha De Itamaracá Composição de Antônio Baracho Gravada por Teca Calazans nos anos 1960. Maria Madalena Correia do Nascimento, conhecida como Lia de Itamaracá (Itamaracá, 12 de janeiro de 1944), é uma dançarina, compositora e cantora de ciranda brasileira. É considerada a mais célebre cirandeira do Brasil. Em diversas entrevistas, Lia contou como sua batida simula o vai e vem das ondas do mar. Segundo a sabedoria popular, a ciranda era cantada e dançada pelas mulheres dos pescadores enquanto esperavam os maridos voltarem do oceano. Patrimônio Vivo de Pernambuco e doutora honoris causa pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Lia vem acumulando títulos mais do que merecidos nos últimos anos. Em mensagem de áudio enviada através de seu produtor, ela afirma que o seu foco é o futuro. “Não quero lembrar mais do que passou. Ralei muito para chegar onde cheguei, sendo reconhecida, com livros escritos, discos e participações em filmes. E tenho fé em Deus que vou mais além”. Quando criança, Lia de Itamaracá desejava ser uma artista reconhecida. Quem hoje vislumbra a imagem imponente da mulher de 76 anos de idade, capaz de fazer multidões darem as mãos ao som da ciranda, sabe que mais do que uma cantora famosa ela se tornou uma figura lendária. O caminho percorrido por Maria Madalena Correia do Nascimento, da origem humilde até a consagração pública. |

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