Hoje é dia de Crônica Ortaética no BLOG
Esse ano eu levei um trio elétrico pra escola, uma escola de
samba pra dentro dela, uma multidão de jovens inspirados e cheios de arte. Nesse
ano fotografei bastante, abracei muito, dei carinho e recebi ainda mais; participei
de movimentos de ocupação artística, integrei fóruns, simpósios, palestras,
congressos, conferências, reticências e muito mais…
Pensei demasiadamente, fiquei confuso, fui frequente, entreguei
minha ausência quando foi preciso, fui preparador de elenco do clipe do Criolo,
apertei parafuso no apartamento novo, revi velhos amigos, compus poesia, musicalizei letras com o Léo,
fiz psicanálise com outro Léo, tomei banho de chuva e cuidei e zelei e fiz o
bem.
Pulei, cantei, dancei, caí na piscina, brinquei, conduzi uma
Trupe, teatralizei a minha vida e a vida dos outros…
Esse ano sofri, senti dor, tive muitos problemas, chorei,
velei, fui acusado, eleito e abraçado.
Fui comissão de frente no carnaval, bolsista de curso de
dança, fiquei no soro em leito de hospital, recebi carinho de criança, fui
cantor de banda de rock, tive esperança, desanimei, sorri, gargalhei, levei
choque.
Pintei o cabelo de azul, inventei cores na parede do quarto
do Otávio, comprei um tênis-provocação, revi fotos, construí cabana, cantei no
volume máximo e rezei baixinho, orei pelos amigos, panfletei e vendi sorvete na
festa da comunidade.
Postei foto em preto e branco do papai na internet pra me
auto-entender, um espelho virtual expandido, estive como massa gritante nos
protestos de Junho, numa primavera esfuziante, numa São Paulo agigantada pelo
coro, pelas vozes e pelos caminhares de indignação. Fui consumidor moderado do
quintal capitalista, consumi arte sem moderação, fui professor, profeta e
malabarista. Meu malabarismo é com as letras…
Ousei, respeitei a lei e contestei… Acordei com homenagem
especial do meu filho e disse que isso é o que importa, que por mais difícil
que a vida se apresente pra mim eu sempre abro outra porta; daí vem a vida e
quebra a maçaneta e eu transbordo na ponta de uma caneta.
Fui classificado, classifiquei, homenageado, homenageei, premiado
e ficou entendido muita coisa.
Fui ambulante, fiz intercâmbio, ator itinerante, recebi
amigos, fiz parceria, acordei cedo, detestei acordar cedo, mas dei bom dia… Fui
palestrante, fiquei devendo, observei as coisas, me inspirei e saí correndo.
Vi filmes com a esposa, montei a árvore de natal, fiquei
embalado, emocionado, hibernei. Que ano repleto de coisas distintas, que ano
fazedor de coisas como um artista e suas tintas.
Briguei como leão pelos direitos de minha mãe, representei
minha família, vasculhei novas oportunidades, fui contratado, me matriculei,
repensei, sonhei tanto, sonhei de novo e me vi numa tela de TV, disposto a essa
entrega, disposto como o céu que abriga a chuva, sonhei de novo, já tá acabando
o ano e que a minha rotina seja tudo diferente outra vez.
Tiago Ortaet
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